sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A IDIOTICE DA GUERRA

A IDIOTICE DA GUERRA

O atraso espiritual do ser humano chega a ser chocante e desesperador. Quando se imagina uma guerra em que homens armados atiram contra pessoas indefesas levando-as a uma morte prematura, desumana , absurda, percebemos que ainda estamos num estágio que nos faz remontar ao tempo das cavernas. Na verdade, acho que no tempo das cavernas ainda havia alguma justificativa para os atos violentos porque entrava em cena a fome, a necessidade imperiosa de se buscar alimentos para a sobrevivência. Mas agora! Qual o significado dessa matança interminável, dessa sede de vingança, desse derramamento de sangue inútil? A conquista de território, a ganância do poder, o que mais pode justificar tanto absurdo? O pior é a passividade dos que assistem calados as barbáries dentro de gabinetes com todo o conforto material e longe de qualquer perigo de ser atingido diretamente pelos bombardeios. A mídia, em todas as suas expressões, propala as notícias trágicas, mostrando cenas dos massacres e reuniões formais de executivos perfumados, dizendo frases bonitas e propondo planos irrealizáveis. Ainda se pode encontrar manifestações de protestos nas ruas de algumas cidades repelidas pelas polícias locais mas sem qualquer possibilidade de atingir corações e mentes dos responsáveis pela carnificina. Falta Deus para esses donos do poder. Eles são os deuses e é aqui mesmo na terra que eles pretendem conquistar tudo o que podem numa espécie de compulsão pelo poder, pelo dinheiro, pelo sexo, pela fama. São territórios que simbolizam bens que aumentarão suas fortunas pessoais; são armas que dão lucro a grandes fábricas que existem para inventar artefatos próprios para o aniquilamento de outros seres humanos. O Deus que parece não existir se manifesta justamente naquelas pessoas que se revoltam com tanta injustiça e que clamam por um basta para toda essa atrocidade. O fato é que o ser humano não evoluiu espiritualmente. Ele continua aliado ao ódio, à raiva, ao conflito para poder sobreviver compulsivamente. Eles continuam se apegando a símbolos falsos como bandeiras, exércitos, brasões e honrarias. O que se constata, de uma forma resumida, é que os grandes "jogadores de xadrez" estão afastados disso tudo, movimentando suas peças no interior de palácios luxuosos, cercados das melhores bebidas, das esplendorosas mulheres e dos prazeres mundanos mais sofisticados. Tudo o mais é descartável. Os soldadinhos de chumbo estão nos fronts de guerra dando tiros a esmo, mirando os “inimigos” que eles nem sabem bem o que fizeram para merecerem aquele final trágico. Os aviadores destemidos, em manobras fantásticas, miram povoados e lançam bombas que destroem, de uma só vez, alvos humanos desprotegidos. E, com isso, eles celebram vitória. Navios de guerra de última geração disparam mísseis e catapultam aviões e helicópteros, aumentando o campo de extermínio. E o número de mortos e de mutilados vai aumentando, dia a dia, enchendo hospitais superlotados e enfatizando a mediocridade humana nessa passagem efêmera aqui pela terra. Pobres de nós, todos mortais, todos sujeitos ao desaparecimento. Só nos resta a fé. A fé de que podemos ser muito mais do que assassinos e de que existe uma realidade paralela que nos salva dessa aflição. O nojo que toda essa realidade mórbida acarreta se dissolve na certeza de que a espiritualidade existe e que essa nossa revolta nada mais é do que fruto dela.

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